Começou nesta segunda-feira (7/11), o julgamento da pastora evangélica e ex-deputada federal Flordelis pela acusação de ter arquitetado o assassinato de seu marido Anderson do Carmo, morto em 16 de junho de 2019, em Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro.
Flordelis está presa desde 13 de agosto de 2021, quando a juíza Nearis dos Santos Carvalho Arce, titular da 3ª Vara Criminal de Niterói, aceitou pedido de prisão preventiva feito pelo MP-RJ (Ministério Público do Rio de Janeiro). Dois dias antes, Flordelis havia perdido o foro privilegiado ao ter o mandato de deputada federal cassado por 437 favoráveis, 7 contrários e 12 abstenções.
Plano familiar
A pastora e seus familiares tentaram inicialmente sustentar a tese de que Anderson havia sido morto em um assalto, mas as investigações constataram que ela, os filhos e a neta tinham arquitetado um plano para matá-lo — que envolveu até mesmo tentativas de envenenamento.
Filho adotivo de Flordelis, Flávio dos Santos Rodrigues, acusado de ser o autor dos disparos, foi condenado a 33 anos e dois meses de prisão por homicídio, porte ilegal de arma de fogo, uso de documento falso e associação criminosa. Já o filho adotivo Lucas Cézar dos Santos de Souza, que comprou a arma usada no crime, recebeu pena de sete anos e seis meses de prisão por homicídio.
Outras quatro pessoas foram condenadas por envolvimento em uma tentativa de forjar uma carta em que Lucas assumiria a culpa pelo crime. Adriano dos Santos Rodrigues, filho biológico de Flordelis; Marcos Siqueira Costa, PM que participou do plano para forjar a carta; e Andrea Santos Maia, mulher do PM Marcos, foram condenados por uso de documento falso e associação criminosa.
Já Carlos Ubiraci Francisco da Silva, filho adotivo da pastora, foi considerado culpado apenas por associação criminosa —ele absolvido das acusações de homicídio e tentativa de homicídio contra Anderson do Carmo.
A defesa de Flordelis disse que espera pela absolvição. Ela responde por homicídio triplamente qualificado (motivo torpe, emprego de meio cruel e de recurso que impossibilitou a defesa da vítima), tentativa de homicídio, uso de documento falso e associação criminosa armada. Seis réus já foram julgados e condenados por participação no crime.